1. Situação atual do julgamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma hoje, quarta-feira (10 de setembro) o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus da chamada “trama golpista” — acusados de tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. A sessão começou às 9h com o voto do ministro Luiz Fux Revista OesteReutersAgência Brasil.
Até o momento, dois ministros já votaram pela condenação dos réus: Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino Agência Brasil+1Jornal Agora MS, estabelecendo um placar de 2 a 0 a favor da condenação Jornal Agora MSAgência Brasil.
2. O voto decisivo de Fux
O ministro Luiz Fux é o terceiro a votar e seu posicionamento é considerado decisivo. Se ele seguir o caminho dos primeiros votos, consolidará a maioria necessária para condenação (3 de 5 votos). Contudo, Fux também sinalizou possíveis divergências técnicas, sobretudo sobre questões preliminares levantadas pela defesa, embora provavelmente não discorde da condenação em si ReutersCNN BrasilAgência Brasil.
3. Impacto político e internacional
O julgamento tem repercussão além do âmbito jurídico: empresários alertam que a instabilidade política gerada pelo processo judicial prejudica negociações com os EUA, frustrando avanços em temas como tarifas comerciais Gazeta do Povo. Ainda, o Itamaraty criticou uma declaração dos Estados Unidos que fez referência ao possível uso de “poder militar” — gesto interpretado como interferência num processo interno brasileiro Forças Terrestres.
4. Próximos passos
Após o voto de Fux, faltarão ainda os votos dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin para completar a votação dos cinco membros da Primeira Turma do STF WikipediaAgência Brasil. O julgamento tem sessões agendadas até sexta-feira (12), com expectativa de um veredicto antes do final da semana AP News+1Reuters.
Se ocorrer condenação, haverá possibilidade de recursos internos na Turma (como embargos de declaração) e, dependendo do placar, embargos infringentes caso o voto seja apertado (3 a 2). A prisão não será automática: dependerá de decisões sobre recursos e publicação de acórdão Agência BrasilWikipedia.
Resumo em tópicos
| Elemento | Situação atual (10/09) |
|---|---|
| Placar atual | 2 a 0 para condenação (Moraes e Flávio Dino votaram) |
| Voto de hoje | Luiz Fux inicia sua manifestação — possivelmente decisivo |
| O que esperar | Games técnicas e possível definição do resultado sem surpresas |
| Cenário político | Impacto nas negociações externas e na estabilidade política |
| Caminho após votação | Recursos internos e possibilidade de apelações, sem prisão imediata |
Seção de Análise Política
O julgamento de Jair Bolsonaro no STF é um divisor de águas na política brasileira. A eventual condenação do ex-presidente por tentativa de golpe de Estado pode consolidar uma nova fase no cenário institucional, fortalecendo o Supremo e redesenhando as lideranças da direita no país.
Enquanto setores aliados se mobilizam para manter apoio popular, uma condenação pode tornar Bolsonaro inelegível e abrir espaço para novas figuras dentro do campo conservador. Ao mesmo tempo, a oposição vê no processo uma oportunidade de enfraquecer a narrativa bolsonarista e avançar em pautas ligadas à democracia e à estabilidade institucional.
No cenário internacional, a forma como o Brasil conduz esse julgamento é acompanhada de perto por governos estrangeiros. Para aliados do presidente Lula, uma decisão firme contra os responsáveis pelo 8 de janeiro reforça a imagem do país como uma democracia consolidada. Já para opositores, há risco de que o julgamento seja usado como arma política, o que pode gerar novos embates judiciais e manifestações nas ruas.