O fim de um reinado elegante
Giorgio Armani, o estilista italiano aclamado mundialmente por transformar o conceito de elegância moderna, faleceu nesta quinta-feira (4 de setembro de 2025), aos 91 anos. Ele morreu tranquilamente em sua casa em Milan, cercado por pessoas queridas. Seu legado vai muito além das passarelas — é um império de estilo, negócios e visão futurista.The Daily BeastAP NewsThe Washington Post
Uma fortuna à altura de seu talento
Em 2024, a marca Giorgio Armani S.p.A. registrou uma receita líquida de € 2,3 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 14,6 bilhões, consolidando sua posição de destaque no universo da moda de luxo.The Business of FashionFinance Monthly
Esse número espanta, mas ganha ainda mais dimensão ao considerarmos o valor estimado do império: a empresa faria parte de um seleto grupo, avaliado entre € 7 e 10 bilhões se fosse listada na bolsa — estimativas baseadas em múltiplos de mercado.Finance Monthly
Um homem sem herdeiros e com um plano estruturado
Sem filhos e conhecido por sua privacidade, Armani era o único acionista de sua empresa, uma raridade no ambiente dominado por grandes conglomerados do luxo.AP NewsThe IndependentThe Business of Fashion
Em sua última entrevista ao Financial Times, poucos dias antes de sua morte, Armani revelou seus planos de sucessão:
“Meus planos para a sucessão consistem em uma transição gradual das responsabilidades que sempre carreguei para aqueles mais próximos de mim… como Leo Dell’Orco, membros da minha família e toda a equipe de trabalho.”
“Gostaria que essa passagem fosse orgânica, não um momento de ruptura.”The Business of FashionThe IndependentPeople.com
Isso demonstra sua preocupação genuína em garantir que seu espírito criativo e seus valores permaneceriam vivos mesmo após sua partida, sem mudanças bruscas ou choques de gestão.
O papel da fundação e dos familiares
Armani já havia organizado sua sucessão de modo sofisticado: em 2016, atendeu um notário para criar estatutos que regulamentavam o futuro da empresa após sua morte. O plano previa regras claras de governança, preservação do estilo e prevenção de quebras ou disputas.The Business of Fashion
A governança envolvia:
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Sua irmã Rosanna, suas sobrinhas Silvana e Roberta, e seu sobrinho Andrea Camerana, todos ativos no conselho.
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Seu braço direito criativo, Pantaleo “Leo” Dell’Orco.
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E uma fundação Giorgio Armani, com papel central na manutenção da gestão da marca e da distribuição de patrimônio, além de fomentar eventuais ações sociais.The Business of FashionThe Economic Times
A influência de “Re Giorgio” vai além da moda
Armani foi um pioneiro. Dono de estilo minimalista e elegante, seus cortes desconstruídos redefiniram a moda nos anos 1980 e além. Ele vestiu ícones como Richard Gere em American Gigolo, pavimentando sua reputação além das fronteiras da Itália.Financial TimesAP NewsThe Washington Post
Além das roupas, seu império incluía perfumes, restaurantes, hotéis, residências de luxo e projetos culturais — tudo sob controle rigoroso e independente, recusando fusões com conglomerados.AP NewsBloomberg Línea BrasilFinancial Times
O adeus discreto: trabalho até o fim e lamento sincero
Conhecido pelo perfeccionismo, Armani permaneceu CEO e diretor criativo até seus últimos dias, apesar da saúde debilitada que o conduziu a se ausentar de alguns desfiles recentes.The Daily BeastThe Washington Post
Em sua última entrevista, compartilhou seu único arrependimento:
“Meu único arrependimento na vida foi dedicar tempo demais ao trabalho e pouco tempo à família e aos amigos.”People.com
Sua marca promete dar continuidade à sua visão sem perder a essência.
Conclusão
Giorgio Armani foi um ícone que dominou o século XX e 21 com elegância, inovação e independência. Sua morte aos 91 anos encerra uma era, mas sua visão clara de sucessão — gradual, estruturada e fiel aos seus princípios — garante que seu legado continue vivo. Uma fortuna bilionária, uma marca poderosa e herdeiros comprometidos compõem o cenário.