Se você tem a sensação de que o clima anda cada vez mais estranho, pode acreditar: não é impressão sua. O planeta está realmente vivendo um período de extremos sem precedentes. Calor escaldante em algumas partes do mundo, enchentes devastadoras em outras, secas que comprometem a agricultura e incêndios florestais que parecem não ter fim.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), os últimos cinco anos foram os mais quentes já registrados na história. Em 2024, por exemplo, o planeta bateu vários recordes de temperatura, e a tendência para 2025 continua preocupando cientistas e autoridades.
Onda de calor atrás de onda de calor
Na Europa, países como Espanha, França e Itália enfrentaram dias com temperaturas acima dos 45 °C. Com isso, hospitais ficaram lotados de pessoas desidratadas e com problemas respiratórios. Em várias cidades, foram montados pontos de apoio com ar-condicionado para proteger idosos e crianças do calor.
Nos Estados Unidos e no Canadá, além do calor, os incêndios florestais tomaram conta de enormes áreas verdes. A fumaça chegou até regiões urbanas, deixando o céu cinzento e a qualidade do ar péssima, obrigando milhões de pessoas a usar máscaras para respirar melhor.
Já na Ásia, a situação também assusta: enquanto algumas regiões da Índia enfrentam longos períodos de seca que comprometem plantações, outras áreas da China foram atingidas por chuvas fortes que causaram enchentes e deixaram milhares de pessoas sem casa.
Como isso mexe com a nossa vida?
A crise climática não afeta apenas o meio ambiente – ela chega direto ao nosso bolso e ao nosso prato. A agricultura é uma das áreas mais prejudicadas: secas e enchentes diminuem a produção de grãos, frutas e legumes, o que pode deixar os alimentos mais caros no mercado.
No Brasil, por exemplo, a falta de chuva em regiões produtoras já preocupa especialistas em exportação de soja e milho. Se a produção cair, o preço pode subir tanto aqui quanto fora do país.
E não é só isso: os desastres naturais causam prejuízos bilionários com reconstrução de cidades, perda de infraestrutura e impacto no turismo. Além disso, cada vez mais pessoas podem ser obrigadas a deixar suas casas e migrar para outras regiões por causa do avanço do mar ou da destruição de comunidades inteiras.
Políticos na corda bamba
Governos do mundo todo tentam equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental – e essa é uma equação difícil de resolver.
Nos Estados Unidos, por exemplo, há investimentos em energia limpa e incentivo a carros elétricos, mas ainda existe muita pressão da indústria do petróleo e do carvão. Na Europa, líderes querem regras mais rígidas para reduzir a poluição, mas enfrentam protestos de agricultores que temem perder renda com as mudanças.
É um impasse: todos sabem que é preciso agir, mas nem sempre existe consenso sobre como fazer isso sem causar impacto direto na economia.
E agora? O que pode ser feito?
Apesar de tudo, especialistas lembram que ainda há tempo de virar esse jogo – mas é preciso pressa. Entre as soluções apontadas estão:
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Investir em energias limpas, como solar e eólica.
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Reflorestar áreas desmatadas.
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Incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis.
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Reduzir o uso de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.
Além disso, pequenas atitudes individuais, como economizar energia, reduzir o desperdício de água e evitar plásticos descartáveis, também fazem diferença quando milhões de pessoas adotam esses hábitos ao mesmo tempo.
O recado da Terra
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse recentemente que “o planeta está enviando sinais de alerta claros”. E ele não está exagerando. Cada onda de calor, cada enchente e cada incêndio é um lembrete de que o clima mudou e continuará mudando se nada for feito.
O futuro ainda pode ser mais sustentável e seguro, mas isso depende da união de governos, empresas e cidadãos comuns. A pergunta que fica é: será que o mundo vai conseguir se unir antes que seja tarde demais?